sexta-feira, 13 de maio de 2011

                                 Meta / morfoses

eu andava pelas ruas
agora  circulo no meio da pressa
eu brincava no barro vermelho
agora  me entrego ao devaneio cibernético
eu entendia  o inverno  e suas flores brancas
agora vejo as inundações pela televisão
eu descaía linha e mandava as pipas para o infinito
agora me preocupo com mudanças climáticas e meteoros
eu amava como quem sonha e delira
agora restam apenas os cacos de um amor despedaçado
eu passeava pelos canteiros, largos e avenidas
agora virei um agoráfobo do medo e da solidão
eu ouvia falar de heróis e moinhos de vento
agora  tenho que buscar uma utopia possível
eu acreditava  em nuvens de algodão
agora vislumbro operários explorados
eu sentia cheiro de manga madura no quintal da infância
agora sinto a podridão da morte nas esquinas
eu bebia a água que escorria dos igarapés
agora  dependo da mineralização do existir..
entretanto, eu que andava sobre as pegadas da religião
e seus códigos sem vida
agora mergulho no azul profundo
nos olhos mansos da graça de Deus...

                                                                     
    walber Aguiar -  sexta-feira, 13 de maio de 2011.


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