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terça-feira, 22 de março de 2011

      Um poema para a morte

Um epitáfio
Uma vontade que o tempo
Desenhou
Na lápide fria
Antes que a noite
Abraçasse o dia
Antes que a escuridão
Cerrasse os olhos da primavera
Traduz o desejo
Do derradeiro beijo
Da última solidão
Doce quimera..
Palavras no cimento
Sentimento transcendente
A fumaça do cigarro
Está ausente
E os vermes em procissão
Chegam para render
A última homenagem..
Palavras de silêncio
Silêncio da flor
Que enfeita o vaso
Do vaso que enfeita o tempo
Do tempo que agora está ausente
O fruto agora é só uma semente
Nada mais...                                              


                                                  Walber Aguiar

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