Powered By Blogger

segunda-feira, 3 de agosto de 2020

Meu Deus
Não nos entregue ao desespero
Á dor
Ao amofinamento
Enquanto os velhos do Congresso
Os lacaios do poder
Squeiam o país
Temos Cora Coralina
Do Goiás velho
Espalhando doces e rosas
Drummond e o sangue do leiteiro
Misturado ao leite
Um filete rosa
Nos sonhos do povo
Para cada vendilhão dos templos
E do congresso
Nasce um Zumbi da esperança
Diante de cada ratazana de terno e gravata
Surge um Manoell de Barros
Um Gullar com seus galos
Tecendo manhãs
Um velhinha de cocó ajoelhada
Um agricultor desenhando
Girassóis e cafezais
Em Araguari
Para cada conde drácula que suga
O sangue do povo
Existe um trabalhador que acorda todas as manhãs
Elaborando sonhos
E pisando firme no chão da vida
Há um Caio Fábio que alimenta a alma
E aprofunda nossa consciência no evangelho
Um Bregantim que ajunta os samaritanos na paulicéia desvairada
Há um serzinho que emerge das sombras
Pra nos fazer enxergar os luzeiros do mundo..
E como disse um dia o velho amigo Dorval
Se todos fossem Genésios
Não haveria justiça nem congresso nacional
Fome já não haveria
Papel era poesia
O sertão virava mar
E a vida assim seria
Um eterno carnaval...

terça-feira, 3 de julho de 2012

minha deusa
minha musa
minha fada
anjo bom do meu caminho
cantando cantigas de ninar na madrugada...
meus cabelos penteados
minhas meias limpas
meu café quentinho
minha vida arrumada
no caminho da escola
meu pedação de carinho
Dona Maria de junho
do dia de são Joao
bota fogo em noite fria
aquece meu coração
ai que saudade aue tenho
do quintal
do cajueiro
do pé de manga de quilo
panelada e cozidão
ai que saudade da rua
da velha rua de barro
vala aberta
alagação
saudade do gol de domingo
fluminense
Chinelão
saudade da mulher da minha vida
minha mãe quanta saudade
carrego no coração...

feliz dia 24 de junho...

quarta-feira, 29 de junho de 2011


WALBER DRUMMOND DE ANDRADE

Não deixe ninguém entrar

Nem abrir a porta

A campainha também não deve tocar

Pois pode anunciar a nona sinfonia

De Beethoven

A inevitável chegada da morte

Não deixe entrar o chato que vende livros,  tapetes, panelas

Que grita nos ouvidos do silêncio..

Deixe entrar apenas o murmúrio da tarde

Cheio de sons abafados

E pássaros ariscos

Deixe entrar o perfume

A coisa de pele

O corpo nu

Expulse a solidão e o tédio

Deixe entrar o remédio

E a lembrança azul de tudo que foi vida

Mais tarde, quando a noite empurrar a barra do dia

Deixe entrar o amor de novo

Pois no meio de toda a multidão de povo

Algo inusitado pode acontecer

Um sorvete de chocolate com morango

Um tango

Uma incontrolável vontade de viver...    
                         
* Walber Aguiar – aos que recomeçam sempre

COMENTÁRIOS
Nome:   
monique oliveira de melo                          Data: 07:00:25 - 04/03/2010
nossa!!! sinto um orgulho danado, só de saber que existem pessoas com alma tão poética! é sério... que poesia inspiradora, eu simplismente adorei, e dou meus parabéns ao autor da mesma, e concluir que nem 1 bilhão de palavras preencheriam o sentimento que esta poesia me tocou, estou enfim sem palavras...parabéns, parabéns e mais uma vez...parabés! (obs: de primeiríssima qualidade)
.: Publicidades :.















.: Publicidades :.





quarta-feira, 22 de junho de 2011


                                     Um outro olhar

Vou debruçar-me na janela dos teus olhos
Para ver o mar e seus mistérios
Admirar o poente de fogo
As cruzes dos cemitérios
Depois voar no céu da tua boca
Na liberdade infinita dos amantes
Roçar teus lábios de jambo maduro
Refletir o brilho de dois diamantes..
Quero ad / mirar o fogo dos teus olhos
Debruçar-me na janela de dois diamantes
Lançar-me no mar da tua boca
Cavalgar na aventura de Cervantes
Sei que tudo pode dar em nada
Sei que nada pode dar em tudo
O amor vai virar jambo maduro
Os diamantes vão virar sinceridade
Vou tentar alcançar o poente
Sob os olhos tristes da cidade...
Quem dera a flor fosse apenas perfume
Quem dera amar fosse só felicidade....

                      

quarta-feira, 15 de junho de 2011


                                                           Tempo/ rais

Depois da crina cortada
Das marcas de ferro quente
Da ferradura nos pés
No galope da ilusão
Cabelos voam no vento
No dorso da liberdade
Nunca mais o ferro quente
Que queima a alma cansada
Nunca mais os cascos duros
Do tempo da ignorância
Nem as peias ou cabrestos
De infinita madrugada..
Agora o galope largo
Em asas de liberdade
No por do sol de uma tarde
Que nunca vai acabar
Enquanto enxergar a Deus
No livre da esperança
Nos pés de uma criança
Hei de sempre galopar...
                                                       Walber Aguiar-  14 de junho de 2011

terça-feira, 7 de junho de 2011


                                                               Um olhar na escuridão

Quando o tempo esfriou
E o dia se fez noite
A água encharcou os olhos
O leito da solidão
O chão foi me refletindo
Espelho de muitas mágoas
Dos delírios infinitos
De mil e seiscentos gritos
Nas cordas do violão
Quando as águas se elevaram
Num vendaval de tormentos
Virei cavalo selvagem
Nos campos do sentimento
Nos lavrados da cidade
Nos galopes da saudade
Em mil moinhos de vento..
Quando me vi no espelho
Nesses tempos de iludir
Naveguei no quarto escuro
Já não podia dormir
Um dia você chegou
Invadiu a madrugada
Ouvi passos no escuro
Na solidão das calçadas
Era a Deusa de olhos tristes
Sorriso de Cinderela
Inventando umas palavras
E tornando outras mais belas
Não permita Deus que a vida
Me faça viver sozinho
Sem provar de sua boca
Seu canto de passarinho
Meus versos estão mais soltos
Mais revolto está o mar
Não permita Deus que eu morra
Perdido aqui no meu canto
Com tanto amor para dar...

                                         Walber Aguiar – 7 de junho de 2011