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terça-feira, 7 de junho de 2011


                                                               Um olhar na escuridão

Quando o tempo esfriou
E o dia se fez noite
A água encharcou os olhos
O leito da solidão
O chão foi me refletindo
Espelho de muitas mágoas
Dos delírios infinitos
De mil e seiscentos gritos
Nas cordas do violão
Quando as águas se elevaram
Num vendaval de tormentos
Virei cavalo selvagem
Nos campos do sentimento
Nos lavrados da cidade
Nos galopes da saudade
Em mil moinhos de vento..
Quando me vi no espelho
Nesses tempos de iludir
Naveguei no quarto escuro
Já não podia dormir
Um dia você chegou
Invadiu a madrugada
Ouvi passos no escuro
Na solidão das calçadas
Era a Deusa de olhos tristes
Sorriso de Cinderela
Inventando umas palavras
E tornando outras mais belas
Não permita Deus que a vida
Me faça viver sozinho
Sem provar de sua boca
Seu canto de passarinho
Meus versos estão mais soltos
Mais revolto está o mar
Não permita Deus que eu morra
Perdido aqui no meu canto
Com tanto amor para dar...

                                         Walber Aguiar – 7 de junho de 2011

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