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quarta-feira, 29 de junho de 2011


WALBER DRUMMOND DE ANDRADE

Não deixe ninguém entrar

Nem abrir a porta

A campainha também não deve tocar

Pois pode anunciar a nona sinfonia

De Beethoven

A inevitável chegada da morte

Não deixe entrar o chato que vende livros,  tapetes, panelas

Que grita nos ouvidos do silêncio..

Deixe entrar apenas o murmúrio da tarde

Cheio de sons abafados

E pássaros ariscos

Deixe entrar o perfume

A coisa de pele

O corpo nu

Expulse a solidão e o tédio

Deixe entrar o remédio

E a lembrança azul de tudo que foi vida

Mais tarde, quando a noite empurrar a barra do dia

Deixe entrar o amor de novo

Pois no meio de toda a multidão de povo

Algo inusitado pode acontecer

Um sorvete de chocolate com morango

Um tango

Uma incontrolável vontade de viver...    
                         
* Walber Aguiar – aos que recomeçam sempre

COMENTÁRIOS
Nome:   
monique oliveira de melo                          Data: 07:00:25 - 04/03/2010
nossa!!! sinto um orgulho danado, só de saber que existem pessoas com alma tão poética! é sério... que poesia inspiradora, eu simplismente adorei, e dou meus parabéns ao autor da mesma, e concluir que nem 1 bilhão de palavras preencheriam o sentimento que esta poesia me tocou, estou enfim sem palavras...parabéns, parabéns e mais uma vez...parabés! (obs: de primeiríssima qualidade)
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